Mensagem

domingo, 18 de dezembro de 2011

Contruindo novos saberes

Muitas vezes temos que demonstrar provas teóricas de quanto somos bons nisso ou naquilo para ganharmos a atenção dos outros.No ambiente de trabalho e principalmente com os nossos alunos, temos em mente que a capacidade de ser digno de confiança não significa dar provas práticas de capacidade em auxiliar o outro e sim uma prova teórica do muito que sabemos.

Em decorrência dessa postura, passamos a crer que o auxilio de ajudar o outro a encontrar o seu desejo é uma tarefa para os psicanalistas.

Eu discordo.Hoje não existe um só ambiente adequado para se falar de desejos. Ter desejo por algo é tomar consciência que minha existência é maior que minha vontade de existir. E recuperar essa dimensão é tarefa do educador, do professor e do companheiro de trabalho.

Me parece que não ter o seu desejo em pauta é o grande dificultador de boas escolhas, bom trabalho e boas referências de vida.

Acredito também que hoje nos falta transparência dos sentimentos, onde todos só se descrevem sob o olhar de alguma teoria , em detrimento de suas escolhas pessoais.

Criei duas filhas, em uma mesma década, porém as duas fizeram escolhas certas e equivocadas e as duas são bem diferentes.

As duas não são ligadas ao mundo virtual. Só usam a internet para tirar dúvidas ( por questões práticas usam a net), fazer uma social e ou fazer compras.

No entanto, eu me surpreendo a cada dia com as minhas investidas na web. Eu que não pensava nunca em usá-la como ferramenta de estudo, compras, etc.

A minha cidade não tem biblioteca, não possui teatro, as pessoas saem nos finais de semana para outra cidade (principalmente as praianas), então a cidade quase não evolui, pois aqueles que ficam nela possuem menor poder aquisitivo, o que justifica(para alguns), com que não haja quase investimento em cultura.
Assim acontece com as escolas.Poucas escolas particulares e pouca disseminação cultural.

Assim sendo, percebo que há uma promissora vantagem para aqueles que vislumbrarem e mesmo se aprofundarem em estudar sobre os cursos a distância. Cidades como a minha será um grande celeiro de aprendizagem a distância e provavelmente será fortalecido pela proximidade das capitais,e será um grande pólo de atividades intelectuais coletivas, pois o avanço tecnológico irá aproximar as pessoas de diferentes culturas, diferentes metodologias de estudo e aprendizagem.

Ganhando essa possibilidade a busca por novas alternativas de trabalho e sociedade irá ser construida, pois o movimento irá acontecer independente de se ter um mercado formal. Novas oportunidades de trabalho irá se fortalecer independente da cultura local.

Percebo que a dimensão do que somos é um percurso da nossa história cultural. Se nos conscientizarmos que a vida é algo a ser construido por nós com total isenção de valores, iremos ser mais responsáveis por aquilo que tanto desejamos.

A dimensão de ter, vem na mesma proporção de ser... O valor é você quem faz.

domingo, 6 de novembro de 2011

Análise Socrática dos Tempos Atuais

Análise Socrática dos Tempos Atuais

Frei Betto 

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: "Não foi à aula?" Ela respondeu: "Não, tenho aula à tarde". Comemorei: "Que bom; então, de manhã, você pode brincar, dormir até mais tarde". "Não", retrucou ela, "tenho tanta coisa de manhã..." "Que tanta coisa?", perguntei. "Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina", e começou a elencar seu programa de garota robotizada. 


Fiquei pensando: "Que pena", a Daniela não disse: "Tenho aula de meditação!" 

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. 

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito.


Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: "Como estava o defunto?". "Olha uma maravilha, não tinha uma celulite!" Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa? 

A palavra hoje é "entretenimento"; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. 

Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: "Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!" O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose. 

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, autoestima, ausência de estresse. 

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping Center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas.

Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: "Estou apenas fazendo um passeio socrático." Diante de seus olhares espantados, explico: "Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:"


- "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz !" 



Fonte: http://www.google.com.br/reader/view/?hl=pt-BR&tab=my#stream/feed%2Fhttp%3A%2F%2Ffeeds.feedburner.com%2Fcom%2Fpeabirus

ONU honra trabalho de alfabetizador cubano


[Margarita Barrios, tradução do Diário Liberdade] Graças ao método de literacia «Eu, sim posso», que se aplica em 28 países de todos continentes, cerca de cinco milhões de pessoas aprenderam a ler e escrever.
O contributo desinteressado dos cubanos para erradicar o analfabetismo no mundo foi reconhecido pela UNESCO, em 2006, com o Prémio de Literacia Rei Sejong.

O método, criado por pedagogos cubanos, adapta-se aos diversos contextos sociais, culturais e étnicos onde é aplicado, foi traduzido para vários idiomas e para alargar sua eficácia emprega os meios audiovisuais.

No ato pelo Dia Internacional da Literacia, Herman van Hooff, diretor do Escritório Regional de Cultura para a América Latina e as Caraíbas da UNESCO, com sede em Havana, precisou que no mundo de hoje 793 milhões de adultos são analfabetos, enquanto 67 milhões de meninos em idade escolar não assistem à escola e 72 milhões de adolescentes não vão à secundária básica, o qual pode propiciar uma nova geração de analfabetos.

Van Hooff recordou que no próximo dezembro Cuba festejará o aniversário 50 de ser declarada território livre de analfabetismo.

Por tal motivo, a ocasião foi propícia para homenagear Armando Hart, quem desempenhava a função de ministro da Educação nos momentos em que se realizou a Campanha, bem como a um grupo de alfabetizadores, em representação dos milhares de voluntários que participaram naquela gesta.

Rafael Polanco, presidente da Sociedade Cultural José Martí, qualificou a campanha de literacia cubana como uma grande proeza protagonizada pelo povo e conduzida por Fidel.

No ato encontravam-se presentes Ena Elsa Velázquez Cobiella, ministra de Educação; Kenia Serrano, presidenta do Instituto Cubano de Amizade com os Povos, entre outras personalidades da cultura, a política e a ciência.



Foto: Armando Hart, ministro da Educação na altura da campanha alfabetizadora do povo cubano.

Fonte: http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=19557:onu-honra-trabalho-alfabetizador-cubano-durante-o-ultimo-meio-seculo&catid=283:linguaeducacom&Itemid=185

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A educação em tempos de twitter

José Manuel Moran
Especialista em projetos de mudança na educação presencial e a distância
Diretor de Educação a Distância da Universidade Anhanguera-Uniderp
Com todos os recursos móveis e em rede, muitas questões nos desafiam como educadores:

1. O papel do professor muda cada vez mais: Ensina menos, orienta mais, articula melhor. Ele se aproxima mais dos alunos, se movimenta mais entre eles.

2. Os tempos das aulas se tornam mais densos, para realizar atividades interessantes, que possam ser pesquisadas, produzidas, apresentadas e avaliadas no mesmo espaço e tempo. São inviáveis as aulas de 50 minutos.

3. As aulas não se resumem só aos momentos presenciais. Aumenta a integração com os ambientes digitais, com os ambientes colaborativos, com as tecnologias simples, fáceis, intuitivas.

4. Os espaços se multiplicam, mesmo sem sair do lugar (múltiplas atividades diferenciadas na mesma sala). O conteúdo pode ser disponibilizado digitalmente. Predominam as atividades em tempo real interessantes, desafios, jogos, comunicação com outros grupos.

5. Há uma exigência de maior planejamento pelo professor de atividades diferenciadas, focadas em experiências, em pesquisa, em colaboração, em desafios, jogos, múltiplas linguagens. Forte apoio de situações reais, de simulações.

6. Ganha importância maior a presença do aluno-monitor, que apóia os colegas e ajuda o professor, tanto nas atividades como nas orientações tecnológicas.

7 Aumenta a integração de ambientes digitais mais organizados (como o Moodle) com recursos mais abertos, personalizados, grupais, informais (web2.0) em todas as etapas de um curso. Para motivar, ilustrar, disponibilizar, pesquisar, interagir, produzir, publicar, avaliar com o envolvimento de todos.

8. Quanto mais tecnologias, maior a importância de profissionais competentes, confiáveis, humanos e criativos. A educação é um processo de profunda interação humana, com menos momentos presenciais tradicionais e múltiplas formas de orientar, motivar, acompanhar, avaliar.

9. É imenso – e mal explorado - o campo de inserção da escola na comunidade, de diálogo com pais, bairro, cidade, mundo, com atividades presenciais e digitais.

10. Podemos ter modelos de organização de aulas, atividades e de materiais formatados para todo o país. Só não podem ser aplicados ao pé da letra nem ficarmos reféns deles. Podem servir como roteiros de orientação dos alunos, personalizando-os, dando-lhes a nossa cara, indo além do que está previsto.

11. A educação continuada, permanente, para todos, formal e informal, presencial e a distância, abre imensos horizontes profissionais, metodológicos, mercadológicos, que mal vislumbramos ainda. Tudo está para ser feito, experimentado e reinventado de forma diferente. A educação pode ser o campo mais fértil da reinvenção, porque todas as pessoas, em todas as idades e condições, precisam desesperadamente de ajuda em múltiplos campos: da formação inicial à super-especializada.

12. Diante de tantas mudanças, tudo o que fizermos para inovar na educação será pouco.
________________
Texto inspirado no livro A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. 4ª ed., Campinas: Papirus, 2009.

O Ponto Avaliar




Fonte: Curso CECIERJ/ Youtube

domingo, 16 de outubro de 2011

Only Hope - Mandy Moore Legendado BR




Fonte: youtube

Sites que oferecem cursos online gratuito

No site do Sebrae existe dois cursos online – EAD gratuito para quem deseja iniciar um próprio negócio ou quer aprender a elaborar um plano de negócios.
O Aprender a Empreender trata dos conceitos básicos sobre empreendedorismo, mercado e finanças e é voltado para empresários formais e informais de pequenos negócios nas áreas de comércio, indústria, serviços e agroindústria.
Já o IPGN orienta o empreendedor a organizar suas idéias e recursos e indica um roteiro com os principais aspectos a serem considerados no planejamento e abertura de um negócio. Como resultado, o IPGN ensina, passo-a-passo, a elaborar um Plano de Negócio.
Os links para o curso encontram-se abaixo:


http://www.ead.sebrae.com.br/hotsite/

O SENAI oferece cursos gratuitos a distância sobre temas transversais que desenvolvem capacidades para a iniciação no mundo do trabalho ou, no caso de quem já está trabalhando, para a atualização das competências profissionais.
Os temas disponíveis atualmente são: Educação Ambiental, Empreendedorismo, Legislação Trabalhista, Segurança do Trabalho e Tecnologia da Informação e Comunicação.
Os cursos estão sendo oferecidos em duas formas a distância: on-line (conectado a internet) ou com material impresso (MDI).
Agora é com você! Faça a sua escolha e bons estudos!

http://www.senai.br/ead/transversais/

No site do Bradesco, existe um projeto muito legal para cursos online gratuitos.
Recentemente fiz um curso chamado Administracao e Planejamento de Financas Pessoais, com personagens virtuais e exercicios. Recomendo.

http://www.ev.org.br/Cursos/Paginas/Online.aspx

Veja qual lhe interessa!

Natalícia

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

BioDigital Human Intro: Explore the Body in 3D!



  
Bio Digital Human é uma aplicativo gratuito do Google Chrome que permite explorar o corpo humano numa interface 3D (também disponível para Firefox). A ferramenta possui vários recursos que possibilitam visualizar os sistemas de forma individualizada e em relação uns com os outros. Sem dúvidas o Bio Digital Human é um aplicativo valioso para o estudo da anatomia humana até mesmo em cursos superiores da área de saúde.Para utilizá-lo, basta ir à Chrome Web Store e instalar o aplicativo com apenas um clique apenas.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Imigrantes Digitais

Atual geração de professores enfrenta o desafio de aprender a mexer na internet e ensinar com poucos recursos disponíveis

A professora Elayne Stelmastchuk, que tem um projeto de blogs com estudantes


Quando Maria de Lourdes d'Andrade, 49, começou a dar aulas, em 1989, ela só contava com os livros, o quadro negro e a voz. As provas, reproduzidas por mimeógrafo, cheiravam a álcool e os celulares ainda eram muito raros.

Hoje, a professora de ciências da rede municipal do Rio lida com outra realidade. O giz virou pincel atômico, as aulas ganharam auxílio de TV, vídeo e computador; a internet, tão conhecida dos alunos, aos poucos começa a fazer parte de sua rotina.

Maria de Lourdes é de uma geração chamada de "imigrante digital": teve contato com os computadores já na fase adulta e, agora, procura se adaptar a esse mundo.

"Assim que eu comprei o computador, eu tinha medo de mexer", afirmou a professora que, alguns cursos de informática depois, diz estar à vontade com a máquina, mas sem a agilidade dos alunos.

Maria de Lourdes não está sozinha. Como ela, 64% dos professores de português e matemática de 497 escolas públicas brasileiras acham que sabem mexer menos no computador que seus alunos.

A constatação é da pesquisa Cetic.br (Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação) sobre a apropriação das tecnologias nas aulas feita com 1.541 professores, 4.987 alunos, 497 diretores e 428 coordenadores pedagógicos.

Para Adriana Martinelli, coordenadora de Educação e Tecnologia do Instituto Ayrton Senna, é um momento paradigmático na educação. Pela primeira vez, o papel do professor, como o único detentor do conhecimento, está sendo questionado.

"Alunos e professores transitam entre os papéis de ensinar e aprender, principalmente quando trabalhamos com as novas tecnologias".

NOVO ENSINO
Para Martinelli, as tecnologias de informação trazem a necessidade uma nova forma de ensino. "É preciso que a inovação pedagógica acompanhe a tecnológica", disse.
Dados da pesquisa trazem um diagnóstico preocupante nesse quesito: as atividades em que os professores mais usam tecnologia são as que têm o centro no docente, sem interação, como exercícios de fixação e aula expositiva.
"A educação tem que ser cada vez mais trabalhada no sentido de partilhar", diz Marc Prensky, educador americano autor dos termos "imigrantes" e "nativos digitais".
Na busca por usar a tecnologia a seu favor, a professora Elayne Stelmastchuk, de Nova Fátima (360 km de Curitiba), propôs aos seus alunos da escola estadual Dr. Aloysio de Barros Tostes a criação de blogs temáticos. O sucesso foi tanto que outros alunos também resolveram criar blogs voltados para o estudo.
"Eles estão aprendendo que internet não é só Facebook e MSN. Estão usando a rede também para estudar."

LIMITAÇÕES TÉCNICAS
Se a questão geracional pode ser um desafio na adoção das tecnologias na prática pedagógica cotidiana, a pesquisa aponta outro vilão para apenas 18% dos professores usarem a internet na sala: a falta de equipamentos adequados na rede pública.

Nas escolas participantes, havia, em média, 23 computadores à disposição dos alunos, dos quais 18 em funcionamento. Pelo censo escolar 2010, há 800 estudantes por escola. Cruzando-se os dois dados, dá a média de 44 alunos por computador.
Entre os professores pesquisados, 86% disseram que o pequeno número de máquinas atrapalha o uso da tecnologia no cotidiano. Apenas 4% das escolas têm computador em sala de aula -86% estão em laboratórios.


Fonte:
PATRÍCIA GOMES
DE SÃO PAULO
 http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saber/sb0310201101.htm

domingo, 2 de outubro de 2011

O buraco no muro





Fonte: Youtube

TORRADAS QUEIMADAS... Muito importante para a vida!

Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho, muito duro.
Naquela noite, minha mãe pôs um prato de ovos, lingüiça e torradas bastante queimadas, defronte ao meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato.

Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na escola. Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada bocado. Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada.

E eu nunca esquecerei o que ele disse: “- Adorei a torrada queimada...” •Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada.

Ele me envolveu em seus braços e me disse: “- Companheiro, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada... Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou o melhor marido, empregado, ou cozinheiro, talvez nem o melhor pai, mesmo que tente todos os dias!".

O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros. Desde que eu e sua mãe nos unimos, aprendemos os dois, a suprir um as falhas do outro. Eu sei cozinhar muito pouco, mas aprendi a deixar uma panela de alumínio brilhando. Ela não sabe usar a furadeira, mas após minhas reformas, ela faz tudo ficar cheiroso, de tão limpo. Eu não sei fazer uma lasanha como ela, mas ela não sabe assar uma carne como eu. Eu nunca soube fazer você dormir, mas comigo você tomava banho rápido, sem reclamar.

A soma de nós dois monta o mundo que você recebeu e que te apóia, eu e ela nos completamos. Nossa família deve aproveitar este nosso universo enquanto temos os dois presentes. Não que mais tarde, o dia que um partir, este Mundo vá desmoronar, não vai. Novamente teremos que aprender e nos adaptar para fazer o melhor. De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, colegas e com amigos. Então filho, se esforce para ser sempre tolerante, principalmente com quem dedica o precioso tempo da vida, a você e ao próximo.

"As pessoas sempre se esquecerão do que você lhes fez, ou do que lhes disse. Mas nunca esquecerão o modo pelo qual você as fez se sentir”.


"O SORRISO ENRIQUECE OS RECEBEDORES, SEM EMPOBRECER OS DOADORES”
Mário Quintana

Fonte: Desconheço o autor

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Eles perderam”, com polvo e tudo



Analisando o excelente trabalho de Gilberto Maringoni com as capas da revista Veja, publicado na Carta Maior – que deveria ser material didático nas escolas de Jornalismo –, Rodrigo Vianna se espantou. Apesar de tudo, “eles perderam”, concluiu o colega. Apostaram todas as fichas, absolutamente todas as fichas — e perderam. Nem o polvo maluco, que em 2010 atacou durante três semanas consecutivas, os salvou.
Mas, considerando o tema, não foi o único símbolo disso no dia de hoje. Na Cinelândia, 2.500 pessoas compareceram à manifestação contra a corrupção. É louvável que este grande número de pessoas saia às ruas para combater um problema gravíssimo no Brasil. Em todas as esferas, em todos os meios. O Brasil é, sim, um país extremamente corrupto.
Mas isso não deixa de demonstrar que é bastante limitada a capacidade de mobilização do maior grupo de mídia do Brasil. A Globo se dedicou de tal forma a promover a manifestação — no rádio, na TV, no jornal, sem contar o notável apoio de um grande número de parceiros — que podemos medir a influência política dela pelo público que compareceu ao evento com a garantia de que teria uma imensa cobertura midiática. Evento no Rio de Janeiro, cidade-sede das Organizações Globo.
Seja como for, parabéns a todos os que compareceram.

A Globo mutilou um belo momento de coragem de um militante do bom jornalismo, responsável, apartidário, e que travou com a jornalista Eliane Cantanhêde um diálogo que  constitui um dos mais completos diagnósticos da crise por que passa a grande imprensa brasileira.
Globo mutilou um belo momento de coragem de um militante do bom jornalismo, responsável, apartidário, e que travou com a jornalista Eliane Cantanhêde um diálogo que constitui um dos mais completos diagnósticos da crise por que passa a grande imprensa brasileira.


 
Fonte: | Blo| Blog da Cidadania http://www.blogcidadania.com.br/

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Capivari- Silva Jardim - Brasil e suas 63 moedas locais.

Brasil e suas 63 moedas locais viram capa do ‘Wall Street Journal’
20 de setembro de 2011

Sílvio Guedes Crespo


As 63 moedas que circulam no Brasil, sem contar o real, foram tema de reportagem de capa do diário americano “The Wall Street Journal”. O recém lançado CDD, da Cidade de Deus, é apenas mais uma divisa que segue uma tendência iniciada nos anos 1990.

As divisas locais têm-se proliferado País adentro, em regiões pobres que tentam incentivar a população a não gastar todo o dinheiro fora, conta o correspondente do jornal, Paulo Prada.

O jornalista se concentrou no exemplo do município de Silva Jardim (RJ), em que a moeda local, o capivari, dá desconto no comércio da cidade. O incentivo tem dado resultado.

A dona de uma loja conta que um cliente, antes de fazer uma compra de R$ 2.700, foi trocar reais por capivaris e, com isso, ganhou 5% de desconto na venda.
O proprietário de um supermercado afirma que 12% do seu faturamento já é em capivaris. A dona de uma loja de telhas diz que paga parte do salário dos funcionários na moeda local.

Para administrar a moeda local, existe o Banco Capivari, que guarda um real para cada capivari colocado em circulação. O câmbio é de um para um.

A primeira moeda local a circular no País foi a palma, no bairro de Conjunto Palmeiras, em Fortaleza, em 1998. Na ocasião, a iniciativa preocupou o Banco Central. Mas o responsável pela ideia, o ex-seminarista Joaquim Melo, argumentou que a moeda estava atrelada ao real e que funcionava como qualquer cupom usado legalmente por instituições ou empresas.



Fonte:http://blogs.estadao.com.br/radar-economico/2011/09/20/brasil-e-suas-63-moedas-viram-capa-do-wall-street-journal/

domingo, 18 de setembro de 2011

10 dicas para escrever melhor




Tradução adaptada:

1.Corte as partes chatas: desenvolva a sensibilidade para descobrir quais partes de seu próprio texto você pularia. Provavelmente o leitor também faria o mesmo. Se é uma parte essencial, então está mal escrita: reescreva; se não for essencial, corte.

2.Corte as palavras desnecessárias: não afirme nunca que uma coisa é interessante ao seu leitor. Se for interessante de fato, o seu leitor é inteligente o suficiente para perceber isso. O mesmo vale para adjetivos, advérbios e afins. Um substantivo bem colocado vale muito mais que tais categorias gramaticais. (Agora leia com as palavras cortadas e perceba como faz sentido).

3.Escreva com paixão: se você não estiver interessado no que você escreve, quem estará?

4.Desenhe com palavras: não afirme que uma coisa é interessante ou importante. Dê os dados necessários para que o leitor descubra isso sozinho. Não diga que o luar é bonito: explique como ele atravessa a vidraça, abraça a madeira dos móveis e projeta uma luz levemente azul, sem calor, na parede branca como se fosse a tela de um filme prestes a começar.

5.Escreva simples: as artes japonesas são boas nisso. Hai-kais são curtos e conseguem desenhar cenas inteiras. Samurais resolviam lutas complexas com poucos golpes de espada. Diga o necessário, diga rápido, diga tudo.

6.Escreva porque você gosta: se você não gosta, de nada adiantará. Se você fizer isso sem esperar nada em troca, em algum momento talvez alguém ofereça algo. Se não oferecerem, ao menos você está fazendo algo de que gosta.

7.Saiba quando aceitar a rejeição e quando rejeitar a aceitação: quando você publica escritos seus está sujeito aos elogios e às críticas desmedidas. Saiba lidar com as duas situações.

8.Escreva, escreva, escreva: se você escreve em seu blog uma vez por mês, as chances de que seu estilo melhore são menores do que se você escrever todos os dias. Isso nem sempre é verdade, mas quantidade conduz à qualidade.

9.Escreva sobre o que você sabe e sobre o que você quer saber: a primeira parte dessa afirmativa diz respeito à especialização. Se você é uma autoridade em um assunto, seu texto vai fluir melhor e transmitir domínio. A segunda parte diz respeito ao desejo dessa autoridade.

10.Seja único: ouse experimentar novos estilos. Seguindo o que já deu certo, você repetirá fórmulas.



Fonte:Artigo: The Art of Writing: 10 Tips from the Masters.

Educação: Reprova um artigo da Lya Luft




Há quem diga que sou otimista demais. Há quem diga que sou pessimista. Talvez eu tente apenas ser uma pessoa observadora habitante deste planeta, deste país. Uma colunista com temas repetidos, ah, sim, os que me impactam mais, os que me preocupam mais, às vezes os que me encantam particularmente. Uma das grandes preocupações de qualquer ser pensante por aqui é a educação.

Fala-se muito, grita-se muito, escreve-se, haja teorias e reclamações. Ação? Muito pouca, que eu perceba. Os males foram-se acumulando de tal jeito que é difícil reorganizar o caos.

Há coisa de trinta anos, eu ainda professora universitária, recebíamos as primeiras levas de alunos saídos de escolas enfraquecidas pelas providências negativas: tiraram um ano de estudo da meninada, tiraram latim, tiraram francês, foram tirando a seriedade, o trabalho: era a moda do “aprender brincando”.

Nada de esforço, punição nem pensar, portanto recompensas perderam o sentido. Contaram-me recentemente que em muitas escolas não se deve mais falar em “reprovação, reprovado”, pois isso pode traumatizar o aluno, marcá-lo desfavoravelmente.

Então, por que estudar, por que lutar, por que tentar?
De todos os modos facilitamos a vida dos estudantes, deixando-os cada vez mais despreparados para a vida e o mercado de trabalho. Empresas reclamam da dificuldade de encontrar mão de obra qualificada, médicos e advogados quase não sabem escrever, alunos de universidades têm problemas para articular o pensamento, para argumentar, para escrever o que pensam.

São, de certa forma, analfabetos. Aliás, o analfabetismo devasta este país. Não é alfabetizado quem sabe assinar o nome, mas quem o sabe assinar embaixo de um texto que leu e entendeu.

Portanto, a porcentagem de alfabetizados é incrivelmente baixa.
Agora sai na imprensa um relatório alarmante. Metade das crianças brasileiras na terceira série do elementar não sabe ler nem escrever. Não entende para o que serve a pontuação num texto.

Não sabe ler horas e minutos num relógio, não sabe que centímetro é uma medida de comprimento. Quase a metade dos mais adiantados escreve mal, lê mal, quase 60% têm dificuldades graves com números.

Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois não sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito. Parafraseando um especialista, estamos produzindo estudantes analfabetos.
Naturalmente, a boa ou razoável escolarização é muito maior em escolas particulares: professores menos mal pagos, instalações melhores, algum livro na biblioteca, crianças mais bem alimentadas e saudáveis – pois o estado não cumpre o seu papel de garantir a todo cidadão (especialmente a criança) a necessária condição de saúde, moradia e alimentação.

Faxinar a miséria, louvável desejo da nossa presidenta, é essencial para nossa dignidade. Faxinar a ignorância – que é uma outra forma de miséria – exigiria que nos orçamentos da União e dos estados a educação, como a saúde, tivesse uma posição privilegiada. Não há dinheiro, dizem.

Mas políticos aumentam seus salários de maneira vergonhosa, a coisa pública gasta nem se sabe direito onde, enquanto preparamos gerações de ignorantes, criados sem limites, nada lhes é exigido, devem aprender brincando. Não lhes impuseram a mais elementar disciplina, como se não soubéssemos que escola, família, a vida sobretudo, se constroem em parte de erro e acerto, e esforço.

Mas, se não podemos reprovar os alunos, se não temos mesas e cadeiras confortáveis e teto sólido sobre nossa cabeça nas salas de aula, como exigir aplicação, esforço, disciplina e limites, para o natural crescimento de cada um?

Cansei de falas grandiloquentes sobre educação, enquanto não se faz quase nada. Falar já gastou, já cansou, já desiludiu, já perdeu a graça. Precisamos de atos e fatos, orçamentos em que educação e saúde (para poder ir a escola, prestar atenção, estudar, render e crescer) tenham um peso considerável: fora isso, não haverá solução. A educação brasileira continuará, como agora, escandalosamente reprovada.





(Lia Luft - Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/secao/feira-livre/)
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Depoimento




Fonte: Youtube

Trecho do Filme Os Delírios de Consumo, autor Becky Bloom.




Vale a pena conferir! Uma bela reflexão sob o tema consumismo.

Natalícia

Fonte: YouTube

Consumismo Infantil

Na internet, existem vídeos sobre esse tema, algo que tem preocupado diversos setores sociais. Enquanto muitas empresas se dizem socialmente responsáveis, estimulam o consumismo infantil e a violência juvenil. Então a questão que se apresenta é "como combater isso?"

Um dos vídeos que trata do tema é o seguinte:







Fonte: YouTube

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Quem cuida de Quem? Peter Burke

Cada vez mais ouvimos, especialmente em filmes de Woody Allen, “I care about you” (eu me preocupo com você), quando o sentido mais próprio seria “gosto de você” ou mesmo “eu te amo”. Quando e por que o gostar do outro incorporou essa ideia de cuidado, de preocupação com o que o outro faça ou sofra?




Quem cuida de quem? from cpfl cultura on Vimeo.





Peter Burke é historiador e foi professor de História das Ideias na School of European Studies, da Universidade de Essex, e deu aulas por dezesseis anos na própria Universidade de Sussex.

domingo, 11 de setembro de 2011

sábado, 10 de setembro de 2011

Bullying: quem sofre?

Nestes dias tenho me visto bastante diante do assunto de bullying, e resolvi compartilhar algumas reflexões.

Este assunto tem recebido uma atenção de certa forma inédita, tanto entre o público geral quanto na mídia. Escolas oferecem palestras para esclarecer o conceito de bullying e o que pode ser feito a respeito; famílias se assustam com histórias que ocorrem entre crianças, nas escolas, nos clubes, nos grupos, e temem pela segurança dos seus filhos, torcendo para que eles não virem as próximas “vítimas” deste fenômeno; e crianças e adolescentes ficaram mais atentos e alertas, muitos temendo que ocorra algo parecido com eles, outros reconhecendo para si mesmos que talvez isto já tenha ou esteja acontecendo com eles também…

Algumas pessoas declaram: “é a nova moda”. Outros ponderam: “isto sempre aconteceu, mas não se falava disso”. Alguns preferem diminuir a importância: “aconteceu com muitos de nós, mas e daí, sobrevivemos, não?!”.

O que podemos pensar a partir deste inédito interesse no assunto? Será que sabemos dizer e reconhecer o que é o tal fenômeno de bullying? O que muda em nossa vida? O que tiramos disto? Primeiro de tudo é importante diferenciar o fenômeno de bullying de outros comportamentos infantis e infanto-juvenis, que apesar de ser desagradáveis ou até agressivos, não necessariamente se qualificam como bullying.

Bullying tem sido definido como padrões de comportamento agressivo e repetitivo com o objetivo de prejudicar alguém. Inicialmente definido em relação a crianças e adolescentes, tem sido também inclusivo a adultos, em ambientes de trabalho, em família (entre irmãos ou entre familiares), entre professores e alunos, ou até entre vizinhos ou membros de comunidades.

É importante notar que esta nova leitura, compreensão e nomeação de um fenômeno que de fato sempre ocorreu na história da humanidade, tem permitido um reconhecimento das consequências e do sofrimento das vítimas de bullying, consequências que vão de aspectos emocionais – baixa auto-estima, insegurança, pensamentos persecutórios, ansiedade, medo de lugares e pessoas novas, depressão, até ideias suicidas – a sintomas físicos, como dores de cabeça e estômago, perda de apetite, sudorese, batimentos cardíacos acelerados, dores generalizadas, mal-estar, ataques de angústia, insônia, e assim por diante. Mas também tem sido mais e mais reconhecido que não sofrem apenas as vítimas diretas do bullying!

São necessariamente três grupos de pessoas que participam deste fenômeno, a saber: os agressores, as vítimas, e as testemunhas, ou platéias. As vítimas, como descrito acima, sofrem pelas agressões, pela impotência, pela auto-segurança… Mas as testemunhas também sofrem ao se ver diante da própria impotência – seja de se defender (qualquer um pode ser a próxima vítima) ou de defender o próximo.

Alguns tentam defender colegas, amigos, familiares – às vezes com sucesso, pois os agressores, quando sentem-se em desvantagem, muitas vezes ficam acuados e desistem da agressão. Outros se defendem posicionando-se de forma neutra ou até participativa às agressões, na tentativa de não virar a próxima vítima. Finalmente, é importante notar também que os agressores muitas vezes agridem, provocam, são violentos, porque de alguma forma estão sofrendo, e o fazem como forma de “descontar” seu sofrimento; ou de “esconder”, mascarar, para si e/ou para os outros o que lhe incomoda, e que algo que faz sofrer.

O fato é que esse comportamento pode e deve ser entendido como um sinal de que algo não está bem, e precisa ser resolvido, encarado. Com isso não quero dizer que temos que aceitar o comportamento de bullying, ou simplesmente desculpar os agressores. Mas precisamos entender que TODOS SOFREM com esta situação! E não basta separar os agressores, se distanciar, taxá-los de maus ou rejeitá-los.

De fato, muitas vezes as pessoas acabam assumindo diferentes destas posições – de agressor, vítima, testemunha – em diferentes situações. Quantos de nós já não participamos, consciente ou incidentalmente, de rechaçamentos grupais, seja de indivíduos ou de grupos? Um chefe que não era tolerado…

Um membro da família “pego para santo”, por suas atitudes irritantes, tidas como diferentes ou contra a “cultura” do grupo… Uma criança difícil… Um adolescente difícil… Portanto, é importante compreender o fenômeno de forma dinâmica – quem se posiciona de que forma nesta situação? Por que? O que sinaliza? E mais importante: Como podemos acolher o sofrimento de cada um envolvido nestas situações, e como ajudá-los a mudar de comportamento e diminuir o sofrimento? Uma mensagem há de ser clara: a agressão, a provocação, a discriminação deve ser INTOLERÁVEL, INACEITÁVEL!

Não podemos “acolher” o comportamento discriminatório! Mas acolhemos as pessoas envolvidas, acolhemos o sujeito por trás do comportamento inaceitável. Voltamos ao conceito de AMOR COM FIRMEZA – amar não é aceitar tudo. Amar dá trabalho! Mas o resultado vale a pena!

Grande abraço a tod@s, Sheila Skitnevsky Finger Instituto do Amor

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

MEC vai distribuir tablets a escolas públicas em 2012

O Ministério da Educação (MEC) vai distribuir tablets a escolas públicas a partir do próximo ano.

A informação foi divulgada na última quinta-feira, 1º, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, durante palestra a editores de livros escolares, na 15ª Bienal do Livro.

O objetivo, segundo o ministro, é universalizar o acesso dos alunos à tecnologia. Haddad afirmou que o edital para a compra dos equipamentos será publicado ainda este ano. “Nós estamos investindo em conteúdos digitais educacionais.

O MEC investiu, só no último período, R$ 70 milhões em produção de conteúdos digitais. Temos portais importantes, como o Portal do Professor e o Portal Domínio Público. São 13 mil objetos educacionais digitais disponíveis, cobrindo quase toda a grade do ensino médio e boa parte do ensino fundamental.” O ministro disse que o MEC está em processo de transformação. “Precisamos, agora, dar um salto, com os tablets.

Mas temos que fazer isso de maneira a fortalecer a indústria, os autores, as editoras, para que não venhamos a sofrer um problema de sustentabilidade, com a questão da pirataria.” Centenas de milhares Haddad não soube precisar o volume de tablets que será comprado pelo MEC, mas disse que estaria na casa das “centenas de milhares”. Ele destacou que a iniciativa está sendo executada em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

“O MEC, neste ano, já publica o edital de tablets, com produção local, totalmente desonerado de impostos, com aval do Ministério da Fazenda. A ordem de grandeza do MEC é de centenas de milhares. Em 2012, já haverá uma escala razoável na distribuição de tablets.”


Fonte: Folha de SP. http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,mec-vai-distribuir-tablets-a-escolas-publicas-em-2012,767583,0.htm

Bolsa de Estudo

University of Illinois (Urbana and Champaign)

A quem se destina Estudantes e pesquisadores, brasileiros ou de outros países, desde que interessados em pesquisas focadas no Brasil. Objetivo Fomentar o desenvolvimento de um centro de pesquisas sobre o Brasil em uma universidade de excelente padrão acadêmico, promovendo o intercâmbio com faculdades e instituições brasileiras.

Como funciona Um fundo patrimonial criado em 2009 permitiu a abertura do centro de estudos, que irá oferecer bolsas a alunos e pesquisadores de diversas áreas, cujos estudos tiverem temas brasileiros como foco. Também estão previstos seminários e conferências internacionais sobre tópicos relacionados ao país. A inauguração do centro aconteceu em outubro de 2009.

Mais informações www.clacs.illinois.edu/lemann

A Dinâmica da Colaboração

Trabalho realizado no 1º Semestre, Web 2.0, Prof. Bruno Magalhães- CECIERJ

domingo, 4 de setembro de 2011

Guia para uma vida compartilhada



Peguei o título, e a ideia, da revista Fast Company, uma das parceiras da HSM Management. Trata-se de uma matéria muito interessante sobre a economia do compartilhamento, The Sharing Economy, que representaria, potencialmente, o fim do hiperconsumo. Há sites indicativos de uma tendência nesse sentido, de fato. Eles existem também no Brasil, mas, nos Estados Unidos, até por conta da crise, estão se alastrando razoavelmente rápido. E, se essa economia vingar, sua vida poderá ser a de tomar café da manhã com produtos plantados num terreno seu, depois vestir-se com roupas de segunda mão etc. etc Eu listei alguns sites que aparecem na Fast Company – vale a pena conhecer:
SHAREDEARTH.COM
Um dá o terreno, o outro planta e eles dividem a colheita.
THREDUP.COM
Para intercâmbio de roupas infantis e brinquedos.
ZIMRIDE.COM
Organiza o transporte compartilhado (a carona) para profissionais e estudantes.
FREECYCLE.ORG
Para reciclagem.
AIRBNB.COM
Para uns alugarem casas, quartos, iates dos outros.
LIQUIDSPACE.COM
Para encontrar – e compartilhar – espaços de trabalho.
RELAYRIDES.COM
Para compartilhamento de carros com os vizinhos (o mesmo carro, usuários distintos em horários distintos).
TASKRABBIT.COM
Casa a demanda de serviço com um fornecedor (o “rabbit”, coelho) – ah, como eu queria isso para encontrar um eletricista minimamente competente!
NEIGHBORGOODS.NET
Para vizinhos compartilharem tudo, de cortadores de grama a equipamentos esportivos.
GOBBLE.COM
Refeições compartilhadas entre vizinhos -meio que uma marmita entre amigos. Quem tiver um vizinho que cozinhe bem (tipo o Alex Atalla de vizinho) está feito.
BOOKCROSSING.COM
Para troca de livros. Tipo clube do livro?
LENDINGCLUB.COM
Calma, esse não é para dinheiro compartilhado. É para o dinheiro trocar provisoriamente de mãos a custos bem menores (coisas que costumamos fazer em família…)
No Brasil, tem disso para roupa de adultos. Porém é mais venda do que troca, escambo, compartilhamento. Ou estou enganada?
Outra coisa: a gente aprende, quando estuda economia, que quando surgiu a moeda, substituindo o escambo, isso representou uma evolução absurda, social inclusive. E aí? Essa tendência seria “retrocesso”?
PS- Preciso compartilhar uma aflição com vocês: “share” é um verbo tão fácil, gruda em tudo, vai com qualquer palavra; já “compartilhar”… É de lascar, diz que não.

Com influência dos games e da internet, os livros para tablets oferecem uma nova experiência de leitura



Publicado originalmente por Danilo Venticinque em Época

Na passagem da era analógica para a digital, poucos produtos mudaram tão pouco quanto o livro. Os e-books já são um sucesso, sem dúvida: nos Estados Unidos, o formato digital já é o mais vendido, superando os livros de capa dura, brochura e de bolso. Mas, até agora, dispositivos como o leitor digital Kindle, da Amazon, oferecem ao leitor uma experiência quase idêntica à dos livros de papel: letras pretas sobre um fundo branco, como o alemão Johannes Gutenberg concebeu há mais de cinco séculos e meio. A nova safra de livros para o iPad pretende revolucionar esse formato e transformar o hábito da leitura, incorporando vídeo e games aos textos e usando a capacidade multimídia dos tablets.

Nos últimos meses, dois grandes lançamentos interativos despertaram a atenção (e a euforia) das editoras para o potencial dos livros interativos. No campo da não ficção, o grande destaque foi o aplicativo Our Choice, continuação do documentário Uma verdade inconveniente, do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore. Desenvolvido por Gore em parceria com o designer Mike Matas, Our Choice é organizado em capítulos, como um livro tradicional. Mas cada capítulo contém uma série de conteúdos interativos, áudio e fotos em alta definição, que podem ser ampliadas pelo leitor com um toque dos dedos. Os 19 capítulos de Our Choice também têm embutidos mais de uma hora de documentário. Um filme dentro do livro.

No campo da literatura, o aplicativo The Waste Land, baseado no poema homônimo de T.S. Eliot, demonstrou que mesmo textos consagrados têm algo a ganhar com a chegada da interatividade. Para desbravar um dos maiores e mais enigmáticos poemas do sécu-lo XX, o leitor conta com explicações para cada verso ao alcance dos dedos, sem prejudicar o fluxo da leitura. Entrevistas com gran-des escritores e críticos literários ajudam a esclarecer a importância do poema e do autor para a história da literatura. Os leitores que já são conhecedores e entusiastas de Eliot encontram outros atrativos, como duas gravações do poema na voz do autor e uma repro-dução de anotações feitas pelo poeta Ezra Pound nos originais de Eliot. O aplicativo foi criado em uma parceria da empresa de con-teúdo digital Touch Press com a editora britânica Faber & Faber. “‘The Waste Land’ é o poema ideal para ser transformado em apli-cativo porque é um texto curto sobre o qual há muito a ser dito”, afirma o cientista americano Theodore Gray, um dos fundadores da Touch Press. “Nós acreditamos que, acessando o conteúdo do aplicativo, o leitor vai compreender melhor e admirar mais o texto de Eliot do que se tivesse acesso a ele apenas no papel.”

Para textos clássicos como o de Eliot, reunir conteúdo multimídia e anotações de críticos parece ser a solução ideal para cativar o público no iPad. Mas há um limite para o grau de interatividade que deve ser oferecido ao leitor. Seria temerário transformar um texto consagrado em game ou infográfico 3D, sob o risco de deturpar a obra. Por isso, editoras interessadas em explorar ao máximo as funções multimídia dos tablets passaram a operar também do modo inverso. Além de converter para o formato digital textos já publicados no papel, a Touch Press encomenda a autores textos inéditos, criados exclusivamente para se adequar ao enorme poten-cial do conteúdo interativo.

O exemplo mais bem-sucedido desse modelo é o aplicativo Solar System, do astrônomo Marcus Chown, consultor da revista New Scientist. Para desenvolver o livro, foi criada uma equipe multidisciplinar de designers e programadores, na qual o autor era apenas mais um elemento. “Como autor de livros de papel, costumava ter controle total”, afirma Chown. “Trabalhar em Solar System foi uma experiência totalmente diferente. Alguns assuntos não en-traram por falta de imagens atraentes. Outros, que eu não colocaria no livro, entraram por render uma boa experiência interativa.” Os leitores parecem ter gostado: lançado no final do ano passado, o aplicativo já vendeu mais de 50 mil cópias por US$ 13,99 e ganhou versões em japonês e alemão.

Apesar da reação surpresa e entusiasmada do público e do mercado aos aplicativos recém-lançados, a história do livro interativo começou muito antes dos tablets. Na década de 1990, o americano Bob Stein foi um dos fundadores da Voyager, uma empresa que criava livros interativos em CD-ROM. Entre seus principais lançamentos estava a versão multimídia de O parque dos dinossauros. O livro criou burburinho na ocasião, mas a empreitada não foi bem-sucedida. O motivo? “As pessoas não estavam interessadas em ler textos longos na tela do computador, e a chegada da internet e seu conteúdo gratuito transformou os CD-ROMs em mau negócio”, diz Stein.

Agora, o cenário parece ter mudado. A leitura nos tablets é bem mais confortável que na tela do computador e a venda de conte-údo em lojas virtuais como a Apple Store barateia e facilita a compra das obras. Stein faz uma ressalva: “Os produtos que estão sendo lançados agora ainda têm um conceito parecido com os livros tradicionais e um sistema de pagamento semelhante. No futu-ro, as pessoas vão querer livros que envolvam interação social e estarão mais inclinadas a assinar serviços do que a pagar por produ-tos individuais”. Na corrida para a interatividade, alguns gêneros de livros saíram na frente. Usuários da loja de aplicativos da Apple já encontram dezenas de aplicativos infantis, que misturam áudio, vídeo e elementos de games ao texto. É uma estratégia das edito-ras para fisgar a atenção de um público acostumado a consumir conteúdo interativo desde os primeiros anos de vida. Um dos pri-meiros aplicativos do gênero em português é A Menina do Narizinho Arrebitado, baseado no livro homônimo de Monteiro Lobato. “Um livro interativo não é um jogo, mas torna a leitura mais divertida”, afirma Mauro Palermo, diretor da Globo Livros. “Toda a parte lúdica está ligada inteiramente ao texto.” Para a Bienal do Rio de Janeiro, em setembro, a editora deverá lançar outro título para iPad. A divisão infantil da Companhia das Letras também promete um lançamento para o segundo semestre.

Outra área em que os livros interativos já fazem sucesso é a educação. Nos Estados Unidos, a editora digital Inkling revolucionou o ensino de biologia ao transformar o Brooker biology, um livro-texto de 1.438 páginas, em uma série de aplicativos (um para cada capítulo) com infográficos em 3D, vídeos e testes interativos de aprendizado. Fundada por Matt MacInnis, um engenheiro formado em Harvard e ex-funcionário da Apple, a empresa quer chegar aos 100 aplicativos até agosto. Seus produtos já foram adotados por universidades consagradas, como a Brown.

Na corrida rumo à interatividade, os livros infantis e acadêmicos saíram na frente
No Brasil, os livros digitais chegaram à educação infantil com O cidadão de papel, um livro de Gilberto Dimenstein sobre direitos humanos muito adotado em salas de aula. A versão digital traz vídeos, infográficos e tabelas com estatísticas que são atualizadas automaticamente. “À medida que as escolas e universidades passarem a adotar esse tipo de aplicativo e subsidiar tablets para seus alunos, as editoras de livros educativos terão mais oportunidades”, afirma Youssef Mourad, da Digital Pages, empresa responsável pela migração deO cidadão de papel para o iPad.

Apesar das experiências de sucesso em alguns gêneros, outros ainda são um desafio para o mercado. “Não sabemos o que fazer para transformar um romance em algo interativo”, afirma Theodore Gray, da Touch Press. Para ele, os romances são livros que continuarão a fazer sucesso em leitores digitais como o Kindle, sem dar origem a aplicativos multimídia. A previsão de Bob Stein é mais sombria: “Se os romances não se tornarem interativos, correrão o risco de se tornar um gênero pouco popular, como a poesia”. Pode ser, mas se o cinema e os videogames não tornaram obsoleta a experiência clássica de leitura, é improvável que a fusão dos dois em livros digitais consiga fazê-lo.



A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada



Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.


Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.


(Eliane Brum) 

Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê(Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua(Globo). 







terça-feira, 30 de agosto de 2011

O que será? Crianças do futuro avaliam as "velhas" tecnologias...




Fonte: Youtube

Abrir investigação da Universidade explode mito do "nativo digital"

Gerald Haigh visita sua alma mater ao saber que uma boa atitude para a tecnologia se correlaciona com bons hábitos de aprendizagem.

Existe um nativo digital? Não de acordo com nova pesquisa da Universidade Aberta
Um novo projeto de pesquisa pela Universidade Aberta explora o conceito muito discutido de "nativos digitais". A universidade faz isso através da plena utilização do recurso rico que é o seu próprio corpo discente altamente diversificado.

Conclui que, embora existam diferenças claras entre as pessoas mais velhas e mais jovens no uso da tecnologia, não há nenhuma evidência de uma clara ruptura entre duas populações separadas.

Existe realmente um grupo distinto de pessoas mais jovens que não são apenas fáceis com a tecnologia, porque eles cresceram com ele, mas na verdade, pensar e aprender de forma diferente como resultado? A idéia ganhou um pouco de tração depois de Marc Prensky escreveu sobre a idéia há dez anos em Nativos Digitais, Imigrantes Digitais, com outros escritores de peso, como a de Bradley Jorgensen com Generation X e Y Geração.

Desde então, o conceito tem sido muitas vezes questionada, e até mesmo Prensky próprias idéias mudaram um pouco. A noção persiste na imaginação do público embora. Afinal, parece ter a marca fatal do "senso comum". Em um lado da divisão é o jovem que usa a tecnologia como se ela dirige seu carro, sem a necessidade de atenção consciente ao processo. Por outro lado, senta-se um indivíduo grisalho e maduro, talvez um aspirante a 'Silver Surfer ", franzindo a testa impotente em um teclado e apelando para sua neta.

Este não é, porém, apenas um bar saloon debatendo ponto, ou ainda material para programa de TV outro Grumpy Old Men. Se realmente existe uma clara separação geracional do processo cerebral, então precisamos saber mais sobre isso porque há implicações importantes para a aprendizagem.

A pesquisa OU envolvidos mais de 4.000 alunos com idades entre 20-60
Pesquisa, de fato, é chamado para, e quem melhor para empreendê-lo do que a Universidade Aberta? Afinal, você pode se inscrever como aluno da Universidade Aberta em qualquer idade adulta, sem limite superior. E para fazer um grau, ou qualquer outra qualificação na OU, você precisa de um computador e acesso à internet. Colocar estas duas condições em conjunto parece criar as condições ideais em que para examinar a realidade da divisão inter-geracional.

Assim, o Instituto da Universidade de Tecnologia Educacional conjunto sobre a tarefa de montar um grupo etário estratificado de gênero equilibrada, de 7.000 estudantes com idade entre 21 e 100. Havia 2.000 entre os 60 e 69, 1000 70 anos e mais, e, para comparação, quatro grupos, em cada mil, de estudantes, respectivamente em seus vinte, trinta, quarenta e cinquenta anos. Todos foram pesquisados através de questionários detalhados e cuidadosamente construída.
Estes começaram por pedir informações sobre o acesso à tecnologia, incluindo os recursos do celular. As perguntas, em seguida, mudou-se para explorar os níveis de confiança e freqüência de uso em 13 tarefas de computador diferente. E, finalmente, os alunos receberam nove indicações sobre suas atitudes frente à tecnologia e 18 declarações de intenção de explorar as suas abordagens ao estudo - se a sua abordagem foi "profunda" ou "superficiais", por exemplo. Eles tiveram a opção de responder on-line ou pelo correio.

Um total de 4.066 alunos responderam ao questionário - 58,1 por cento, o que é considerado como uma boa taxa de resposta. A distribuição etária, porém, foi extremamente desigual. 81,2 por cento dos anos setenta over-respondeu, mas apenas 30,8 por cento das pessoas nos seus vinte anos. Talvez isso é compreensível. O que é um pouco mais contra-intuitiva é que enquanto mais de 60 por cento dos anos sessenta over-escolheu para responder on-line, em vez de por correio, apenas 46,4 por cento das pessoas nos seus vinte anos o fizeram.

Outros resultados são, à primeira vista, relativamente previsível. Alunos mais jovens têm mais probabilidade de ter trabalhado em uma ampla gama de tarefas de computação, e ter usado tecnologia de períodos mais longos. Alunos mais velhos são mais propensos a ter acesso a um computador desktop, onde os mais jovens mais freqüentemente têm laptops e dispositivos portáteis - celulares players de música e jogos. E há um grupo no meio dos anos que estão aderindo tenazmente à sua palmtops.

Quase todos os entrevistados usam a internet - não surpreendentemente, dada a sua importância em cursos OU. Mais dos usuários mais jovens do que os mais velhos, no entanto, são susceptíveis de ter acesso além do computador de casa - no trabalho, em um serviço público, ou a qualquer momento, em qualquer lugar com um dispositivo móvel.

Quando se trata de telefones celulares, as diferenças são novamente em linha com a percepção comum - os usuários mais velhos são tão provável como os mais jovens para fazer chamadas, mas são menos propensos a usar todas as outras características - texto, câmera, música, internet, wi -fi.

Então, era hora Prensky primeira à direita?
"Não, certamente não"
Através de todas estas comparações, aliás, o equilíbrio de género continua a ser mais mais menos ainda. Mais uma vez, talvez em linha com expectativas, atitudes reais para a tecnologia diferem entre gerações, com os participantes mais jovens mais positiva. Ao mesmo tempo, porém, as atitudes em todas as idades queda no final positivo da escala.

Portanto, há diferenças geracionais, então? Certamente há. Ninguém está discutindo isso.
Então Prensky estava certo da primeira vez - há realmente é a geração de nativos digitais? Não, certamente não - e isso é o que é importante sobre este estudo. Ele mostra que, enquanto essas diferenças existem, elas não estão alinhados em cada lado de qualquer tipo de bem definido descontinuidade. A mudança é em grupo, gradual idade por faixa etária. Os pesquisadores consideram seus resultados confirmam aqueles que duvidavam da existência de uma coerente 'geração net'.

"Nós não encontramos nenhuma evidência para qualquer descontinuidade no uso da tecnologia em torno da idade de 30 como seria previsto pela hipótese da Geração Net e nativos digitais", diz o relatório que o Investigadores acham interessante e digno de um estudo mais aprofundado é a correlação -. Qual é independente da idade - entre as atitudes de tecnologia e abordagens para estudar Em suma, os estudantes que mais facilmente usar a tecnologia para seus estudos são mais prováveis do que outros para ser profundamente comprometido com seu trabalho.

"Aqueles estudantes que tinham atitudes mais positivas para a tecnologia eram mais propensos a adotar uma abordagem profunda ao estudo, mais propensos a adotar uma abordagem estratégica para estudar e menos propensos a adotar uma abordagem de superfície para estudar."

Assim, em conclusão, em primeiro lugar, não há evidências de uma divisão clara digital. Uso da tecnologia varia com a idade, mas fá-lo de maneira previsível, sobre a extensão idade todo. E em segundo lugar, embora as pessoas mais jovens são mais susceptíveis de ser positivo sobre a tecnologia, há evidências de que uma boa atitude para a tecnologia, em qualquer idade, correlaciona-se com bons hábitos de estudo.

Mais informações
A pesquisa é apresentada em um trabalho atualmente em revisão ", use os alunos mais velhos" das Tecnologias Digitais na Educação a Distância ", de Chetz Colwell, Jelfs Anne e John Richardson TE
Chetz Colwell é um oficial do projecto, Anne Jelfs é a aprendizagem e gerente de desenvolvimento de ensino, e John Richardson TE é o professor do aprendizado dos alunos e avaliação no Instituto de Tecnologia Educacional na Universidade Aberta do Reino Unido.

Gerald Haigh é um jornalista freelance e autor de Inspirational - e Cautionary - Contos para seriam os líderes da escola (Routledge) e Jobs e entrevistas Pocketbook (Pocketbooks Teachers ').

Educação e comunidade virtual

Recordo-me dos tempos em que falar de tecnologia era um bicho papão, principalmente no espaço escolar. Estamos só no início de um longo diálogo!

A escola usa mimeógrafo, máquina de escrever , passando pela máquina de escrever elétrica, xerox (as mais variadas), projetor de slide, retroprojetor, máquina fotográfica ( hoje digital), chegando ao computador. Mas, nada foi tão revolucionário quanto o computador e principalmente com a Internet.

Sem dúvida foi um divisor, a escola antes e depois do computador e com Internet.
Isso tudo ocorreu de forma rápida, ao ponto de não elaborarmos todo esse processo com propriedade e eficiência.

As escolas ainda estão longe desse ambiente (rede) tecnológico. A Internet ainda é um artigo de luxo. Poucos possuem acesso a mesma.

Daí a grande preocupação dos educadores, afinal ela deveria ser administrada para reinventar uma nova dinâmica no espaço escolar. Mas, não é isso que temos visto. Há vários tropeços, vários sintomas por discutir, afinal esse ambiente de comunicação é inovador e desafiador para muitos de nós educadores.

O que torna um diferencial nesse processo, é verificarmos o quanto as informações se tornam obsoletas nesse mundo virtual e sem dúvida esse instrumento deve estar a serviço da humanidade.

Então, o computador e toda a tecnologia deve ser um instrumento que colabore para a aprendizagem, independente de minhas posições prevalecerem ou não.
A tecnologia deve ser vista como valorização do que existe, possibilitando a recriação de novas posturas dialógicas e pedagógicas. A interação, a participação, passou a ser um instrumento de voz e com poder avassalador, pois podemos nos unir em prol de uma causa em poucos minutos.

Por outro lado, observa-se que a total ausência de tecnologia, hoje em dia, nos torna alheios e consequentemente nos segrega. Hoje, dizer que não possui um endereço eletrônico, é quase que um pecado. Isso me assusta, afinal não nos tornamos melhores por possuirmos um computador e sim qual o uso que faço dele.
Assim, a tecnologia deve estar a serviço da humanidade, mas não a qualquer preço.
Hoje pode-se afirmar que conhecimento é poder, pelo menos numa sociedade como a nossa. Isso é fato, mas também contraditório diante da velocidade que tudo acontece. Acredito, que quando olhamos o mundo com só um “olhar”, na terra de cego quem tem olho é rei.

Percebo que todo ato educacional é político e ideológico, portanto não há práxis sem vinculação da necessidade de se aprender algo, quando e para quê.
Acredito que a tecnologia deve estar a serviço do homem e ser um referencial para a construção de novos paradigmas, uma nova reinvenção, e agregar valores éticos e morais como norteadores de sua intenção construtiva do saber.


Natalícia